Segundo alguns registos, a Ilha da Madeira teve como primeiros habitantes (e descobridores) um jovem inglês de nome Roberto Machim, alguns dos seus correlegionários, e a sua amada. A Epanáfora Amorosa de Francisco Manuel de Melo relata este episódio. Também é referido no Elucidário Madeirense, embora, pela sua natureza vasta, os autores do mesmo tenham-se baseado obviamente noutras fontes.
Reza a lenda de Machim que, entre o final do séc. XIV e o início do séc. XV, existiu em Inglaterra um jovem inglês de nome Roberto Machim, enamorado de uma dama inglesa, Ana de Arfert (ou Ana de Harfert), que, apesar de corresponder a esse enamoramento, e por vontade dos seus familiares, estava prestes a casar com um nobre.
O desespero dos jovens enamorados era tal, que Machim combinou com alguns dos seus amigos resgatar a noiva antes do casamento, e levá-la de barco para França, então em guerra contra os ingleses, na Guerra dos Cem Anos. Era então o refúgio de eleição para qualquer foragido inglês.
Conseguiram combinar com a jovem a data para a execução desse plano que, segundo consta, foi nas vésperas da data marcada para o casamento. Na data agendada conseguiram os seus intentos e fugiram para longe da costa inglesa, a fim de não serem detectados por qualquer vigilante mais atento que estivesse na costa inglesa. Quase de imediato foram assolados por uma tempestade que os fez perder o rumo pretendido. Após sofrerem os maiores agruras devido à tempestade, e não tendo a bordo um piloto experiente que os voltasse a colocar no rumo, andaram à deriva durante dias até que viram ao longe uma "grande mancha verde". Apesar do medo perante o desconhecido, o desespero levou-os a aproximarem-se. Viram-se então em frente à ilha, que mais tarde se designaria por Ilha da Madeira.
Por a dama encontrar-se doente após tanto tempo no mar, desembarcaram na enseada que é hoje a baía de Machico. O seu desespero por terra firme era tal que saíram sem tomarem as devidas providências quanto à ancoragem do barco. Após explorarem aquele pequeno bocado da ilha e de terem saciado a sua sede, aperceberam-se que nova tempestade se avizinhava. Procuraram refúgio por entre as raízes de uma frondosa árvore que lá se encontrava - o diâmetro da circunferência do tronco da mesma era tal que na sua base havia uma concavidade que conseguia albergar muita gente sem que houvesse falta de espaço.
Após amainar a tempestade aperceberam-se que o mar, que os havia aí conduzido, tinha-lhes retirado o barco que os deveria daí levar. Essa constatação levou a dama ao desespero, cujo estado de saúde estava já debilitado, vindo a falecer passados poucos dias. Machim, já desesperado pelo rumo que havia tomado a sua aventura, ergueu junto à sepultura da sua amada uma enorme cruz em madeira (junto à frondosa árvore onde haviam encontrado abrigo), e foi afectado por uma melancolia tal, que não tardou uma semana antes de juntar-se-lhe no subsolo fértil da ilha. Todos os restantes membros da expedição que lá ficaram, fizeram de tudo para sobreviver, alguns sucumbiram, outros houve que resistiram até à passagem de um barco de mouros que os resgatou - não que sem antes tivessem gravado na cruz uma breve história dos dois amados.
Esses homens foram levados para o Norte de África e vendidos como escravos. Segundo consta, um deles conseguiu ser resgatado à sua escravidão por um desses pagamentos pela libertação de cativos, que os cristãos faziam com os negociantes africanos. Sobreviveu assim alguém que contou a saga de Machim, tendo chegado rumores dessa descoberta aos portugueses. A mesma lenda refere que os "primeiros" descobridores portugueses, quando aí chegaram alguns anos depois, conseguiram descobrir a cruz de madeira e a inscrição e ergueram na concavidade da árvore a primeira capela da ilha, atribuindo assim o nome de Machico em honra dessa inscrição.
A origem destes relatos é um tanto ou quanto inconsistente, pois não há relatos escritos do achado da cruz pelos descobridores portugueses, e, segundo consta, baseia-se em registos desse sobrevivente que ficaram nos arquivos marítimos ingleses. A sua divulgação coincidiu com um período difícil da história portuguesa, que foi o da restauração da independência em 1640.
Na altura houve grandes concessões da coroa portuguesa. Por altura do casamento de Catarina de Bragança, filha de D. João IV, com Carlos II de Inglaterra, houve uma dádiva de algumas possessões ultramarinas no dote da princesa.
Consta que a segurança da aliança com a Inglaterra, face à ameaça da poderosa Espanha foi tão valorizada, que D. Luísa de Gusmão, rainha portuguesa, sondou os negociadores do tratado sobre a eventualidade de acrescentar igualmente a Ilha da Madeira no dote da sua filha - acabando por tal não acontecer. Tanto a lenda como esta última eventualidade são meras especulações, pelo que requerem investigações que as fundamentem.
Reza a lenda de Machim que, entre o final do séc. XIV e o início do séc. XV, existiu em Inglaterra um jovem inglês de nome Roberto Machim, enamorado de uma dama inglesa, Ana de Arfert (ou Ana de Harfert), que, apesar de corresponder a esse enamoramento, e por vontade dos seus familiares, estava prestes a casar com um nobre.
O desespero dos jovens enamorados era tal, que Machim combinou com alguns dos seus amigos resgatar a noiva antes do casamento, e levá-la de barco para França, então em guerra contra os ingleses, na Guerra dos Cem Anos. Era então o refúgio de eleição para qualquer foragido inglês.
Conseguiram combinar com a jovem a data para a execução desse plano que, segundo consta, foi nas vésperas da data marcada para o casamento. Na data agendada conseguiram os seus intentos e fugiram para longe da costa inglesa, a fim de não serem detectados por qualquer vigilante mais atento que estivesse na costa inglesa. Quase de imediato foram assolados por uma tempestade que os fez perder o rumo pretendido. Após sofrerem os maiores agruras devido à tempestade, e não tendo a bordo um piloto experiente que os voltasse a colocar no rumo, andaram à deriva durante dias até que viram ao longe uma "grande mancha verde". Apesar do medo perante o desconhecido, o desespero levou-os a aproximarem-se. Viram-se então em frente à ilha, que mais tarde se designaria por Ilha da Madeira.
Por a dama encontrar-se doente após tanto tempo no mar, desembarcaram na enseada que é hoje a baía de Machico. O seu desespero por terra firme era tal que saíram sem tomarem as devidas providências quanto à ancoragem do barco. Após explorarem aquele pequeno bocado da ilha e de terem saciado a sua sede, aperceberam-se que nova tempestade se avizinhava. Procuraram refúgio por entre as raízes de uma frondosa árvore que lá se encontrava - o diâmetro da circunferência do tronco da mesma era tal que na sua base havia uma concavidade que conseguia albergar muita gente sem que houvesse falta de espaço.
Após amainar a tempestade aperceberam-se que o mar, que os havia aí conduzido, tinha-lhes retirado o barco que os deveria daí levar. Essa constatação levou a dama ao desespero, cujo estado de saúde estava já debilitado, vindo a falecer passados poucos dias. Machim, já desesperado pelo rumo que havia tomado a sua aventura, ergueu junto à sepultura da sua amada uma enorme cruz em madeira (junto à frondosa árvore onde haviam encontrado abrigo), e foi afectado por uma melancolia tal, que não tardou uma semana antes de juntar-se-lhe no subsolo fértil da ilha. Todos os restantes membros da expedição que lá ficaram, fizeram de tudo para sobreviver, alguns sucumbiram, outros houve que resistiram até à passagem de um barco de mouros que os resgatou - não que sem antes tivessem gravado na cruz uma breve história dos dois amados.
Esses homens foram levados para o Norte de África e vendidos como escravos. Segundo consta, um deles conseguiu ser resgatado à sua escravidão por um desses pagamentos pela libertação de cativos, que os cristãos faziam com os negociantes africanos. Sobreviveu assim alguém que contou a saga de Machim, tendo chegado rumores dessa descoberta aos portugueses. A mesma lenda refere que os "primeiros" descobridores portugueses, quando aí chegaram alguns anos depois, conseguiram descobrir a cruz de madeira e a inscrição e ergueram na concavidade da árvore a primeira capela da ilha, atribuindo assim o nome de Machico em honra dessa inscrição.
A origem destes relatos é um tanto ou quanto inconsistente, pois não há relatos escritos do achado da cruz pelos descobridores portugueses, e, segundo consta, baseia-se em registos desse sobrevivente que ficaram nos arquivos marítimos ingleses. A sua divulgação coincidiu com um período difícil da história portuguesa, que foi o da restauração da independência em 1640.
Na altura houve grandes concessões da coroa portuguesa. Por altura do casamento de Catarina de Bragança, filha de D. João IV, com Carlos II de Inglaterra, houve uma dádiva de algumas possessões ultramarinas no dote da princesa.
Consta que a segurança da aliança com a Inglaterra, face à ameaça da poderosa Espanha foi tão valorizada, que D. Luísa de Gusmão, rainha portuguesa, sondou os negociadores do tratado sobre a eventualidade de acrescentar igualmente a Ilha da Madeira no dote da sua filha - acabando por tal não acontecer. Tanto a lenda como esta última eventualidade são meras especulações, pelo que requerem investigações que as fundamentem.
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